Parte 08

Jesus, O Homem

Jesus foi uma pessoa de nosso planeta, não um extraterrestre. Melhor dizendo, ele seria um terrestre extra que, ao longo de múltiplas encarnações, alcançou um alto nível de evolução. Já não necessitava mais encarnar, mas, por amor à humanidade, aceitou voltar como "Maitreya", ou Buda da Compaixão, para compartilhar sua iluminação e guiar a humanidade para a paz e a verdadeira felicidade do amor e serviço.

Era muito importante que alguém desse nível (era um ser humano de terceira dimensão física em uma sexta dimensão de consciência) viesse e nos recordasse a grande expectativa em um nível cósmico que pesa sobre nosso planeta. Por isso, ele veio uma vez mais, deixando para trás seu lugar como Grande Senhor de Shambhalla, já que se encontrava espiritualmente dirigindo a Grande Fraternidade Branca da Terra no intramundo.

Jesus era um ser humano extraordinário que progrediu com grande esforço ao longo de diversas existências em nosso planeta. O Messias chegou ao nível não só de aceitar voltar, mas também de se preparar para sofrer na própria carne o que é a purificação planetária, sofrendo provas muito duras no material, moral, psíquico e espiritual. As provas máximas às quais esteve sujeito se confluíram pela inconsciência, incompreensão, egoísmo, ignorância e a estupides dos outros, o que, em resumo, não é outra coisa senão o medo da mudança e da transformação. Mas só assim se poderia tirar a humanidade do erro e fazê-la recordar sua responsabilidade coletiva, mostrando como alternativa o exemplo de compreensão e de amor, sintetizados no perdão que é uma força tal que supera a morte física e dá poder espiritual sobre a matéria.

Ele tinha que estimular os outros, iniciando uma reação em cadeia de espiritualidade, motivando-nos com seu exemplo e atitude a desejar isto também, transcendendo os esquemas e preconceitos, os dogmas e tudo aquilo que subtrai a liberdade à mente, à alma e ao coração. Além disso, a vida de Jesus foi uma lição de espiritualidade simples e prática, na qual o ensinamento mais profundo foi recordar-nos nosso lugar, aquele que nos foi designado pelas Hierarquias no Plano Cósmico.

A Terra, como já sabemos, encontra-se em um tempo alternativo em relação ao Tempo Real do Universo. A presença de Jesus, também chamado o Senhor do Tempo, por seu domínio e autoridade sobre a quarta dimensão, fruto de seu avanço espiritual, permitiu começar a reconectar os tempos, assegurando com isso uma continuidade no processo, já que os acontecimentos em nosso mundo estavam complicando-se cada vez mais, escapando de qualquer controle ou orientação possível dos extraterrestres vigilantes. Por isso, as possibilidades de um reencontro diminuíam, o que poderia ocasionar um paradoxo espaço-temporal que levaria à imediata supressão do tempo e do processo terrestre. Então, nos planos elevados solicitou-se um voluntário para encarnar a fim de realizar uma missão à humanidade, ao Plano e à conexão cósmica, mostrando o caminho a seguir. E este voluntário foi o real ser de Jesus.

Maria, a Virgem

Maria era um espírito novo, condensado do que havia de mais precioso no reservatório cósmico, onde se destilam as energias dos reinos da natureza para formar um espírito, ou essência humana, uma síntese do espírito planetário, alguém que por sua elevada força e simplicidade estivesse humildemente disposta a aceitar ser parte dos desígnios do Alto. Maria, simbólica e efetivamente, representou a parte feminina, incorporando nela a energia e o espírito planetário que se expressa na natureza, ou o que chamamos "a Mãe Terra". Ela representou a Terra e Jesus, o Céu, ou o Cosmos, porque ele se preparou durante uma boa parte de sua última existência material para incorporar, ao longo dos três anos de vida pública, um ser de outra dimensão, uma entidade exterior com quem coexistiu durante a parte final de sua vida missionária. E depois, esta entidade o deixou só diante da prova da cruz, para que validasse sua missão por seu próprio mérito.

Maria, a Virgem, incluindo nisso seus antepassados remotos e especialmente seus pais, Joaquim e Ana, também era uma pessoa programada. Seus pais estéreis eram seres de um alto grau de consciência e espiritualidade que se comprometeram a criar as condições para que viesse através deles um ser especial que pudesse servir para um plano maior. Assim, desde menina foi uma virgem oferecida e dedicada ao templo, por isso jamais teria relações com qualquer homem.

Após a ressurreição de Cristo, Maria foi o elemento unificador de toda a comunidade cristã e ao morrer foi elevada a dimensões superiores, encarnando em outros planos e voltando nos últimos séculos em naves interdimensionais da Confederação para guiar o despertar coletivo. Mas voltemos ao começo. Quando José se casou com ela, era um ancião e viúvo. Tinha vários filhos, alguns deles mais velhos que Maria. Ele pertencia à terceira ordem dos essênios que era formada por casais, por isso tinha uma formação religiosa muito profunda e, apesar das críticas dos sacerdotes essênios do templo, aceitou o pedido e as recomendações de seus companheiros para que desposasse Maria, sob condições distintas das usuais. Mas no templo uma série de acontecimentos paranormais e presenças angélicas levaram os sacerdotes a perceber que aquela menina vinha com uma missão especial, por isso aceitariam seu casamento só como aparência e que devia acontecer para protegê-la, até que ficasse claro para o que estava destinada.

Por via astral ou em sonhos, José, homem justo e sábio, foi avisado de que a gravidez de Maria era algo programado pelo Alto, por isso sua parte no Plano era dar-lhe abrigo, orientação e ajuda. Só assim o que estava previsto poderia ser cumprido. Então, que fique claro que mais do que um casamento foi uma espécie de adoção. A gravidez de Maria se deu por uma inseminação artificial à distância, servindo-se de uma tecnologia que usa a transmissão eletromagnética. E, reiterando sua natureza humana, o sêmen utilizado pertencia a um banco de esperma que continha as contribuições dos mais importantes representantes da história bíblica como Abraão, Isaac, Jacó e Moisés, entre outros. Dentre todos eles, selecionou-se um adequado, porque tinha que ser criado um corpo muito especial que resistisse à esta entidade e energia que deveriam atuar por meio dele.

Chegando a Belém

Era a terceira semana do mês de março do ano 7 antes de nossa era na região da Judeia. Começava a chegar o calor e os pastores já deixavam o rebanho livre à noite, aproveitando a ausência do frio de inverno. Há poucas horas toda a família de José havia se refugiado em uma gruta utilizada para resguardar o gado do vento. Maria acabava de fazer catorze anos e já estava esperando um filho, cuja concepção estava envolta em mistério para todos, mas não para ela que havia aceitado ser fecundada à distância por uma insólita luz. O cansaço e as dores do parto estavam se intensificando e aquele pequeno grupo apressou-se em buscar um refúgio para recuperar as forças. O fato de terem parado os havia impedido de alcançar a cidade próxima, Belém, cidade natal do Rei David. A noite já estava caindo e era perigoso continuar.

Angustiado pelas necessidades de atenção da jovem, José enviou alguns de seus filhos para buscar uma parteira em Belém. Depois de muito tempo, como não voltaram, a urgência fez com que enviasse os outros filhos para acelerar a chegada da parteira. Assim, ficou só com a parturiente para ser testemunha de eventos extraordinários.

Em seu desespero aquele homem justo, que teve que suportar todo tipo de falatório e julgamento dos sacerdotes por ter dado ouvidos a uma visão em sonho que lhe pediu para aceitar um Plano Superior acerca de uma estranha concepção, saiu da gruta e ficou olhando o céu à distância. Viu, então, a presença de uma maravilhosa luz no firmamento estrelado. Mas esta luz não ficou parada. Começou a fazer toda sorte de movimentos em ziguezague, em seguida se colocou na vertical sobre o lugar onde ele estava e desceu vertiginosamente. Fez-se ouvir uma explosão que liberou um estranho vapor como se fosse uma névoa, transformando-se rapidamente em uma nuvem clara e brilhante.

O nascimento do Messias

A queda daquele corpo celeste foi demais para José que fugiu sem rumo fixo, afastando-se de onde estava. Correu para umas colinas próximas, onde havia visto uma fogueira acesa. Ali estava um grupo de pastores com seus animais. Em sua angústia, nem sequer os cumprimentou. Só queria chamar a atenção deles para que vissem a nuvem que tinha descido sobre o improvisado abrigo na gruta. Ainda não havia recuperado o fôlego, nem se acalmado do susto quando, dirigindo-se a eles aos gritos, viu que as chamas da fogueira estavam quietas, o vento havia se acalmado, os pastores estavam estáticos, imóveis e o gado tinha capim na boca, mas não comia, nem se movia.

Era como se o tempo tivesse se detido para dar lugar a uma nova realidade, a da esperança. Havia se formado um portal para a quarta dimensão. Neste instante era como se o universo tivesse descido à Terra sobre sua cabeça, deixando só uma janela que dava para o nada ou para o Todo. O susto foi grande e José imediatamente lembrou-se de que havia deixado Maria sozinha, por isso voltou por onde tinha vindo tão rápido quanto lhe permitiam as cansadas pernas.

Ao se aproximar, viu que, da nuvem que cobria a maior parte da gruta a uns dez metros acima do solo, desceu um facho de luz azul brilhante e através dela baixaram três seres luminosos de aparência humana, mas muito mais altos em comparação com os estrangeiros que costumavam vir pelos caminhos da província romana. Aqueles homens de resplandecentes túnicas brancas dirigiram-se diretamente para o interior da gruta e José, vencendo seus medos, foi atrás deles. Dentro da gruta, Maria estava deitada sobre a palha que servia de alimento ao gado. A carga de responsabilidade e a incompreensão dos outros depois que sua gravidez ficou conhecida, haviam sido insuportáveis. Mas ela confiava que seria reconfortada quando chegasse a hora certa.

Dois dos seres luminosos colocaram-se ao lado da jovem, enquanto o do meio manteve-se na sua frente. Imediatamente os três visitantes inclinaram-se diante de Maria em sinal de respeito e reconhecimento à sua pessoa e a seu sacrifício. Ela estava representando e, ao mesmo tempo, encarnando a nova mulher, a nova Terra, a mãe cósmica. Aqueles que estavam nas laterais estenderam suas mãos por cima do ventre de Maria, enquanto que aquele que estava a sua frente, respeitosamente o descobriu. Depois, levantou as mãos, juntando as palmas e separando os dedos. Uma poderosa energia em forma de esfera de luz concentrou-se entre suas mãos e, descendo sobre a jovem deitada, realizou uma cesárea totalmente asséptica, tirando do ventre da mãe a criança predestinada. A mesma energia cortou o cordão umbilical. A criança foi limpa e colocada nos braços da mãe. Em seguida, quem fez a operação fechou a ferida com a luz, de modo que Maria, a virgem do templo, foi virgem antes, durante e depois do parto. Era dia 19 de março.

Lembremos que datar o nascimento de Jesus sete anos antes do que tradicionalmente se costuma é um fato que está documentado por diversos antecedentes históricos. Este fato foi ocasionado por dois erros detectados nos documentos onde se registraram os acontecimentos.

O primeiro erro foi cometido pelo imperador Carlos Magno quando ordenou a modificação do calendário para não tomar a fundação de Roma como referência, mas o nascimento do Salvador, data que fez coincidir com a morte de Herodes, o Grande, que, no entanto, aconteceu quatro anos depois de Jesus ter chegado ao mundo. O segundo erro data da época do Papa Gregório. Neste caso o calendário seria modificado para introduzir os anos bissextos, sem levar em conta o censo que Otávio Augusto¹ mandara fazer na Judeia, por isso juntaram mais três anos à data já defasada de quatro anos a contar da morte de Herodes.

1.Este recenseamento foi feito por Quirino entre os anos 7 e 6 a.C.

Jesus também não nasceu em dezembro. No dia 25 de dezembro se celebrava em Roma a festa pagã do Sol Invictus, ou a festa do Deus Mitra, de origem Siríaca, ocasião em que se davam presentes às crianças. Quando o Império se converteu ao cristianismo, para não perder o costume de celebrar esta data e por desconhecer o dia exato do nascimento de Jesus, esta data ficou estreitamente relacionada com aquela festa popular.

Voltando ao relato do nascimento de Jesus, os seres estelares foram os primeiros a render homenagens àquele que, tendo o mesmo nível que eles, vinha à Terra para ser maior do que eles.

Os Reis da Fraternidade

Já haviam se passado dois anos desde que, devido ao milagre vivido, a família de José havia se estabelecido em Belém. Foi aí que chegaram à Judeia os chamados Magos do Oriente, membros de uma secreta ordem mundial positiva conhecida como a Fraternidade Branca dos Retiros Interiores.

Eles vinham seguindo uma misteriosa estrela que não era outra coisa senão uma nave portadora dos mensageiros do céu, dos anjos de antigamente, que se deteve sobre o lugar onde a família vivia. Esses homens santos haviam partido há dois anos da Mesopotâmia depois de ter realizado uma série de cálculos astrológicos. Vinham trazendo para o menino objetos que lhe haviam pertencido em sua vida anterior, que o pequeno Yeshua ben Yossef pode reconhecer sem dificuldades no meio de outros mais atraentes. Foram suficientes os cálculos e as coincidências para saber que ele era o enviado, o libertador, o Messias esperado, o ungido desde antigamente para tirar a humanidade do único pecado original que ela carrega: a ignorância. Os Mestres Magos entregaram à família recursos econômicos para que pudessem se estabelecer no Egito durante alguns anos para preservar a vida do menino. Depois disso louvaram a Deus e regressaram por outro caminho, conscientes de que um Novo Tempo de esperança havia começado e que, algum dia a humanidade entenderia e assumiria o desafio de sua própria cristificação.

Para compreender melhor a Missão de Jesus, devemos nos lembrar de que vivemos em um Universo material de sete dimensões e por isso temos sete corpos para atuar nestas sete dimensões. A maioria dos indivíduos que habita nosso mundo são seres de 3,3. Isto significa que se movem dentro da terceira dimensão com seus três primeiros veículos: o corpo físico, o astral e o mental inferior, que é o caráter e a personalidade. Mas Jesus era um 3,6 tendo desenvolvido em suas vidas anteriores sua consciência espiritual que é expressa pelo 6. Os extraterrestres que nos visitam são seres 4,4 e 4,5, isto é, movem-se em uma quarta dimensão, viajando através do tempo e do espaço com uma maior consciência de seu potencial psíquico. Os que ajudaram no nascimento do Mestre Jesus eram 6,6.

Depois de sua ressurreição Jesus passou a ser 4,7. Este nível de sétima dimensão ninguém havia alcançado até aquele momento e Ele abriu a porta à humanidade para maiores realizações. Vejamos isto a seguir.

O Menino, o Homem e o Cristo

A família abandonou sigilosamente Belém e a província, mudando-se para Alexandria, no Egito. Estabeleceram-se ao lado dos essênios alexandrinos, conhecidos como os terapeutas, onde permaneceram até que o menino completou cinco anos de idade. Era o momento de voltar. Pelo espaço de um ano moraram em uma tenda de beduínos ao lado do monastério de Qumran, às margens do mar Morto. Ali a família, especialmente o menino, recebia uma educação e orientação especial, cujos alicerces eram a busca da verdadeira pureza, perfeição e bondade.

A história dos Essênios data de 200 anos antes de Cristo. Naquele tempo eram conhecidos como nazarenos, do árabe nasrani, ou Guardiões da Aliança. Formavam pequenas comunidades assentadas às margens do Mar Morto e perto de grandes cidades como Tiberíades e Caná, onde observavam fielmente os mandamentos da Lei, ao fazer votos de pureza, celibato e serviço a Deus. Entre os anos 175 e 150 antes de Cristo, a seita se estabeleceu nas ruínas de um forte construído pelos reis Ezequias e Josias. No ano de 137 a.C. chegou um segundo grupo, os chamados "sacerdotes de Sadoc" procedentes de Leontópolis, Egito, onde havia se estabelecido uma colônia judia no ano 154, sob a proteção de Onias III. Este grupo se considerava sucessor em linha direta do sumo sacerdote Sadoc e se sabe que os manuscritos bíblicos que estavam em seu poder serviram de modelo para os trabalhos dos copistas de Qumran. O fundador do movimento espiritual foi Morech Sedeq, o Mestre da Justiça, sendo também o restaurador da Lei de Israel e fundador da Comunidade da Aliança, cuja missão era recuperar a essência da doutrina por meio de uma vida espiritual.

Posteriormente, José e sua família fixaram-se em Nazaré, onde existia uma pequena aldeia de famílias essênias, que mantinham oficinas e atendiam outros povos e aldeias próximas com seus serviços profissionais. Entre essas oficinas estava a carpintaria e marcenaria de José. Ali Jesus trabalhava ao lado de seus irmãos e, a partir dali, empreendeu algumas de suas viagens de preparação, recordando com isso iniciações passadas. Desde os dezessete anos ele alternou temporadas na carpintaria com esporádicas convivências com os essênios, algumas viagens com caravanas à Mesopotâmia, Pérsia, Afeganistão, Himalaia e Índia. Durante este tempo, teve repetidos contatos e encontros imediatos físicos com os Vigilantes e Guardiões extraterrestres, a Fraternidade Branca dos Retiros Interiores, mestres de diversas religiões e escolas, povos exóticos e realidades cruéis e duras, inúmeras experiências em nível astral e espiritual que o prepararam para enfrentar sua missão e a tentação intrínseca que ela comportava.

Mas é bom esclarecer que Jesus não esteve nas lamaserias do Tibete, nem recebeu instrução dos Lamas, porque o budismo lamaísta tibetano é do século IV e V da era cristã. As primeiras lamaserias foram construídas entre os séculos V e VI e, sendo assim, nos tempos de Jesus não haviam lamas no Tibete. Também não foi instruído por faquires para controlar seu corpo diante de um eventual martírio, porque os faquires são uma seita muçulmana e Maomé viveu 500 anos depois de Jesus. Nos tempos de Jesus não havia faquires na Índia.

A Tentação do Falso Reino

Nos seus quarenta dias de isolamento no deserto, durante os quais jejuou e se preparou para sua missão pública, Jesus foi tentado pelos demônios, pelas forças obscuras do planeta. Na primeira tentação dizem-lhe que, se estivesse com fome, por que não transformava as pedras em pão? Jesus lhes responde que nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus, dando-lhe a entender que se pode deixar de comer, mas não de respirar, porque a Palavra é alento ...O alento é a respiração.

Em seguida, o demônio leva Jesus ao parapeito do templo e lhe diz que se jogue dali, porque se vai começar uma missão tão perigosa seria melhor que soubesse desde já o quanto Deus está próximo de sua vida. Jesus lhe responde: "Está escrito que não tentarás o Senhor, teu Deus". Não está lhe dizendo: "não tentes a mim, eu sou teu Deus", mas "não caia no jogo de tentar Deus" Que pode lhe demonstrar o quanto está próximo Dele.

Depois o leva ao alto de uma montanha e, mostrando-lhe tudo o que estava a seus pés, lhe diz que lhe daria tudo aquilo se se prostrasse e o adorasse. Jesus volta a responder-lhe dizendo: "está escrito que só diante Deus te prostrarás e só a ele adorarás". Não está lhe dizendo: "Não, adore a mim"! Naturalmente esta era a resposta de um ser como ele que não ia cair no jogo da vaidade, ou dos egos, pois neste tempo já tinha uma compreensão muito mais clara do papel com o qual havia se comprometido.

Miguel: O Resplandecente que conviveu com o Filho do Homem

Não foi precisamente no momento em que João batizou Jesus no rio Jordão que o Filho de Deus se incorporou no Filho do Homem. Esta transmigração sucederia gradualmente depois, quando ele começou a reunir seus discípulos. Jesus ofereceu seus sete corpos para que, em uma oitava superior, um ser ultraterrestre procedente da oitava dimensão em diante, contribuísse para marcar o caminho da humanidade. O nome Cristo Cósmico se refere à entidade do Universo mental que, assumindo sua parte no Plano, conviveu durante os três anos de vida pública de Jesus com ele e nele. Este ser é o que conhecemos por Miguel Arcanjo, um dos Resplandecentes Pais Criadores de universos, que não é Deus, mas uma de suas manifestações, como também somos cada um de nós.

Além disso, para Jesus, por mais espiritual e evoluído que fosse, naturalmente lhe seria difícil conviver com o conhecimento da trama final de sua existência, por isso esta entidade superior o apoiou para que pudesse viver com esse conhecimento e assim poder enfrentá-lo. Antes, durante a etapa de preparação, Jesus tinha uma ideia do que seria seu processo, mas, ao iniciar sua vida pública, chegou a informação exata e os pormenores do que ia lhe acontecer. Era uma visão tenebrosa que produzia uma carga angustiante excessivamente pesada. Deste fato vinha a solidariedade de Miguel, que também precisava sentir esta dimensão e tudo o que aqui foi gerado. Lembrem-se de que o bem e o mal procederam dos próprios Pais Criadores do Universo Mental que, por terem se aproximado muito de sua criação, hoje estão divididos e enfrentando-se. Além disso, o próprio Lúcifer havia transmigrado por um tempo na pessoa de Satanel, ou Satanás, e por isso necessitávamos que uma entidade do mesmo nível se pusesse ao nosso lado para equilibrar a balança.

Quando o amor é vivenciado na sua real dimensão e magnitude é capaz de conectar universos paralelos e projetar quem o vivencia a dimensões superiores e transformá-lo. Esta consciência se manifesta também quando um ser eleva sua vibração a tal ponto que desperta suas potencialidades, descobre sua capacidade de agir através de seus sete corpos, seus planos e dimensões de consciência. E sempre esta atuação é em função do serviço aos outros.

Durante seus três anos de vida da pública, Jesus transmitiu uma mensagem de libertação por meio do Amor e da Verdade. Falava que o Reino dos Céus é um estado de consciência, ao qual se pode chegar pelo Amor, a Vontade e a Fé para sobreviver à morte, fazendo uma nova aliança do Eterno com o ser interno.

O Desfecho e a Vitória

Jesus pode suportar a impiedosa flagelação e toda a angústia, o desalento e o medo porque não estava só, mas mesmo assim ele não deixava de sentir ou sofrer, senão não seria meritório seu sacrifício. Mas Miguel deixou o Filho do Homem, separando-se dele na hora da cruz. Foi durante a agonia da crucificação que Jesus expressou sua inquietação porque se sentiu só e abandonado, mas era necessário que assim fosse para que o ser material pudesse morrer e ele mesmo procurasse, com grande esforço e supremo mérito, selar seu grande triunfo espiritual, alcançando a sétima dimensão da consciência em um ato de amor de inigualável repercussão cósmica. A expressão violenta de sua morte era porque a humanidade deve comover-se diante da injustiça, aprendendo a ser solidário e porque muitas vezes se pode medir o valor e a importância das coisas em função da rejeição e contradição que produzem.

Quando poderia ter amaldiçoado seus captores, ou aqueles que o abandonaram e traíram, Jesus aproveitou e pediu a Deus o perdão para todos eles, em um transcendental e definitivo ato de amor. Este triunfo sobre-humano lhe deu tal fortaleza espiritual que, posteriormente, viveu uma ressurreição física e depois a elevação nas naves da Confederação, sendo conduzido ao centro do grupo local de galáxias. Ali, fora do nosso tempo, mas representando-o, conectou-o com o real tempo do universo.

Jesus pregou sua doutrina do amor durante três anos, levando sua mensagem até às últimas consequências, transformando seu martírio em um triunfo espiritual de inimagináveis consequências para a humanidade. Assim, o Mestre marcou o caminho e agora é responsabilidade de todos nós encontrarmos a maneira de aplicá-lo em nossas relações e no cotidiano de nossas próprias existências.

Depois de sua morte, o corpo de Jesus foi levado por José de Arimateia, João, Nicodemos e alguns servos até o horto de Getsemani, onde havia uma caverna na qual José de Arimateia tinha escavado um sepulcro para ele e seus descendentes. No domingo, três dias depois de sua morte e, enquanto os soldados faziam guarda na sua tumba, aconteceu o fenômeno. Seu corpo começou a levitar. De cada uma de suas células saiu um facho de luz, como os fótons que acompanham o nascimento de uma estrela e a vibração alcançada, que superou a velocidade da luz, provocou a queda da pedra que servia de entrada ao sepulcro. Neste instante, em meio a um grande resplendor, Jesus se desmaterializou, projetando-se ao hiperespaço.

Os membros do Sinédrio, ao saberem o que viram os soldados romanos na tumba, apressaram-se em buscar um impostor. Buscaram entre os milhares de peregrinos que chegavam a Jerusalém para a Páscoa alguém que se parecesse o mais possível com Jesus. Depois de convencer o escolhido com uma grande soma de dinheiro, foi enviado em uma caravana para fora da Judeia, o mais longe possível, dizendo pelo caminho que ele era Jesus, que tinham tentado matá-lo, mas que ele havia conseguido escapar. Este farsante se estabeleceu em Srinagar, Cachemira, lugar de encontro de caravanas e sede de uma comunidade judia. Ali viveu e morreu, cometendo um pequeniníssimo, mas importante erro: casar-se. Jesus havia feito votos de celibato. Além disso, conhecendo o processo pelo qual deveria passar, teria sido uma irresponsabilidade ter feito este tipo de vínculo.

O Mestre conviveu com os apóstolos por mais quarenta dias, como uma purificação e quarentena diante do que seria sua missão no mundo, distribuindo papéis e responsabilidades. João, o chamado discípulo amado, por ser o mais jovem e de certa maneira o filho espiritual de Jesus, foi encarregado da Grande Fraternidade Branca da Terra, enquanto Jesus se preparava para cumprir a promessa de seu regresso, ou grande retorno como o Cristo Cósmico.